ALTO PARAÍSO – População não quer mudanças no comando da PM.

Trabalho integrado entre Policiais Civis e Militares tem gerado redução de crimes na região. Estilo operacional e interação com a comunidade são pontos destacados para a solicitação de permanência do Tenente Coronel Carlos Eduardo Belelli a frente da 14ª CIPM.

Roberto Naborfazan

Há em Goiás, como praticamente em todo o Brasil, uma forte expectativa de que os ocupantes em cargos no executivo e no legislativo, nas esferas federal, estadual e municipal, se aliem aos membros do judiciário para fazer uma ampla e rigorosa reforma no sistema penal brasileiro, que há muito se tornou arcaico, privilegiando mais o bandido, o infrator, que o cidadão de bem.

O Professor do Departamento de Sociologia e Antropologia da UFMG, Cláudio Beato Filho, em seu artigo – Políticas públicas de segurança e a questão policial – aponta que “Poucos problemas sociais mobilizam tanto a opinião pública como a criminalidade e a violência. Não é para menos. Este é um daqueles problemas que afeta toda a população, independentemente de classe, raça, credo religioso, sexo ou estado civil. São consequências que se refletem tanto no imaginário cotidiano das pessoas como nas cifras extraordinárias representadas pelos custos diretos da criminalidade violenta. Receosas de serem vítimas de violência, elas adotam precauções e comportamentos defensivos na forma de seguros, sistemas de segurança eletrônicos, cães de guarda, segurança privada, grades e muros altos, alarmes, etc. Já se disse que o presídio tornou-se modelo de qualidade residencial no Brasil”. Mais objetivo, impossível.

Em Goiás, a forte ofensiva policial comandada pelo vice-governador do estado e secretário de segurança pública, José Eliton, nas grandes cidades, está empurrando a marginalidade para o interior, onde passam a alimentar a epidemia do Crack, que tem transformado pessoas de todas as idades, de qualquer gênero, em zumbis sedentos de tudo que possa ser vendido por míseros reais, que são imediatamente repassados aos traficantes da droga da morte (Crack). Com isso, os moradores de pequenos municípios passaram a conviver n’um cotidiano de roubos e assaltos a luz do dia, agressões e até latrocínios.

Com o caos instalado na saúde pública em todo o País e as forças policiais com contingente reduzido e material de trabalho precário, o combate a marginalidade fica prejudicado, beirando a inexistência, como é o caso do município de Teresina de Goiás, que não tem delegacia de polícia e é assistida pela Polícia Militar de Cavalcante, município vizinho.

Em Alto Paraíso, na Chapada dos Veadeiros, nordeste goiano, o estilo operacional do comandante da 14ª CIPM, Tenente Coronel Carlos Eduardo Belelli, reduziu a números baixíssimos a ação dos meliantes. Com um contingente pequeno, enxuto, mas combativo, as ações da Polícia Militar focaram-se no Policiamento Comunitário, atendendo bairro a bairro, sempre interagindo com a comunidade. O comandante Belelli faz questão de lembrar que suas ações e de seus comandados estão sempre alinhadas ao direcionamento do Comando Regional e do Comandante Geral da Polícia Militar em Goiás.

Outro ponto fundamental para os bons resultados obtidos em Alto Paraíso, foi a chegada do delegado de Polícia Civil, José Antônio Sena, que, mesmo com uma equipe pequena, tem dado respaldo as ações da Polícia Militar e ainda faz o trabalho investigativo, que tem colocado atrás das grandes bandidos que sempre atanazaram a vida dos cidadãos de bem na região.

O trabalho em parceria harmônica entre as Polícias Civil e Militar que acontece em Alto Paraíso, deve servir de referencia no estado. Trás resultados e tem motivado os agentes das duas corporações.

São destaques e dão a sensação de segurança na região, entre outras, ações como o confronto com o bando que assaltou a agência do Banco do Brasil e a casa Lotérica, culminando na morte de parte do bando e prisão dos restantes, a identificação e repressão de drogados nas principais praças da cidade, a prisão de um traficante alemão com uma grande plantação de maconha, as prisões de ladrões de carros na região, as firmes ações de reintegração de posse de propriedades invadidas por bandos que se dizem sem terras, a coibição de caçadores de animais silvestres e, nesta semana, a remoção do corpo de um cidadão que morava em isolamento e só foi possível graças a persistência e união das policias, que se revezaram no transporte primitivo (rede armada em tronco, carregada nos ombros), por mais de seis quilômetros de serras e trilhas, devido a impossibilidade da vinda de um helicóptero a região. (Veja vídeo https://https://youtu.be/BcSdyeYADmo)

A bandidagem não tem limites e não se aquieta, os pequenos delitos ainda acontecem,  mas o que se nota é que, quando há um policiamento atuante e ostensivo, e integração entre as forças policiais, as operações são melhores sucedidas e faz o mundo do crime recuar.

Apesar de ser uma recomendação mundial o trabalho em conjunto das policias, em interação com as comunidades, e de esse trabalho estar sendo feito em Alto Paraíso e região, está em andamento um movimento, alheio a comunidade local, para transferência do Tenente Coronel Belelli para outra região.

Tanto o prefeito e vereadores atuais, quanto o prefeito e vereadores eleitos, em sua maioria, membros da sociedade organizada, empresários e a população em geral, querem a permanência do comandante em Alto Paraíso e não entendem porque o Comando Geral quer “mexer em time que está ganhando”.

A pergunta que se faz é, se o trabalho está sendo bem feito e agradando o principal interessado, o povo, porque os superiores não vêm até o povo saber o que ele quer, ao invés de tomar decisões de gabinete, a revelia da população e seus representantes?

É conhecida a rigidez hierárquica na Polícia Militar e subordinado não discute decisões tomadas por superiores, por isso, tentamos falar com o Tenente Coronel Belleli, mas ele não quis se pronunciar.

O jornal O VETOR tentou contato com a assessoria de imprensa do Comando Geral da Polícia Militar, mas não foram atendidos os números de telefones disponíveis.

Espera-se que todas as autoridades envolvidas, desde o comandante regional até o governador do estado, tomem conhecimento da vontade da população e procure, no mínimo, ouvi-la.

Delegado José Antônio Sena e Tenente coronel Belelli, união de forças contra o crime.
Delegado José Antônio Sena e Tenente Coronel Belelli, união de forças contra o crime.
Ação destemida do pequeno contingente de policiais Civis e Miitares de Alto Paraíso desencadeou operação que dizimou bando de assaltantes de bancos.
Ação destemida do pequeno contingente de policiais Civis e Militares de Alto Paraíso desencadeou operação que dizimou bando de assaltantes de bancos.
Alemão é preso com grande plantação de maconha graças a trabalho integrado das policias Civil e Militar.
Alemão é preso com grande plantação de maconha graças ao trabalho integrado das policias Civil e Militar.

 

 

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