CRIME e CASTIGO – Condenado assassino do prefeito de Alto Paraíso de Goiás.

O tribunal do Júri condenou a 19 anos de prisão, pelo crime de homicídio duplamente qualificado contra Divaldo William Rinco, o marceneiro Ary da Abadia Garcêz, 60 anos, o crime aconteceu no dia 02 de setembro de 2010.

Roberto Naborfazan

Depois de sete anos de espera, a população Alto Paraíso de Goiás pode, enfim, ver minimizada a sensação de impunidade no caso do assassinato do então prefeito Divaldo William Rinco. O Tribunal do Júri condenou na quinta-feira,13,  Ary da Abadia Garcêz a 19 anos de prisão pelo crime de homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O crime aconteceu no dia 02 de setembro de 2010, por volta das 21:30, em frente a um bar, no Setor Cidade Alta, naquele município.

Em presidida pela juíza Ana Tereza Waldemar da Silva, Tribunal do Júri condenou Ary da Abadia Garcêz a 19 anos de prisão.

A sessão foi presidida pela juíza Ana Tereza Waldemar da Silva, tendo a frente da acusação os promotores de Justiça Josiane Correa Pires Negretto e Julimar Alexandro da Silva e o doutor Vitor Hugo Pelles como assistente de acusação. A defesa do réu ficou a cargo dos advogados Marcelo de Sousa Vieira e Augusto Eudalldo Morais de Lima.

O julgamento durou cerca de quinze horas, a sentença foi proferida pela Juiza Ana Tereza Valdemar por volta meia noite, e teve momentos de muita emoção, como no caso do depoimento da mãe da vítima, senhora Romilda Rinco e  também nas alegações finais, quando a promotora Josiane Negretto leu um texto de Joana de Ângelis, psicografado por Divaldo Pereira Franco.

Muita emoção de parentes e amigos durante o julgamento.
Testemunha Álan Barbosa mostra a promotora Josiane Negretto onde Divaldo caiu baleado.

Uma testemunha de defesa teve a prisão pedida pelo promotor Julimar Alexandro, sob acusação de perjúrio, mas foi inocentada pelo corpo de jurados.

Em seu depoimento, o acusado negou autoria do crime, alegando que ao terminar a conversa com Divaldo e se virar para ir embora, ouviu tiros e, assustado, correu em direção ao grupamento da Polícia Militar, ali próximo, mas que foi seguido pelos supostos assassinos que o amarraram, amordaçaram e o levaram até a BR 020, no trevo para Formosa, cerca de 180 km de Alto Paraíso, onde foi jogado a margem da rodovia. Segundo o acusado, na manhã seguinte foi encontrado e libertado por um homem, o qual não sabe o nome e nem se lembra de suas características físicas, e que dali seguiu em uma viagem de vários dias para a cidade de Betim – MG, fazendo escalas nas cidades de Luziânia – GO, Cristalina – GO e Três Marias – MG, sempre de carona com vários caminhoneiros transportadores de carvão. Ari da Abadia não souber explicar porque não procurou a polícia ou não fez contato imediato com familiares ou amigos.

O promotor Julimar Alexandro comparou as alegações do acusado a obra Cem anos de Solidão, do escritor colombiano Gabriel García Márquez, e acusou Ary de criar um enredo tão fantasioso que sucumbe a percepção lógica de qualquer pessoa, por mais ingênua e crédula que seja.

Apesar de condenado a cumprir a pena em regime inicialmente fechado, Ari da Abadia, por ter endereço fixo conhecido e por ter comparecido sempre que requisitado, ficará em liberdade até que o processo tenha transitado em julgado.

Ministério Público vai recorrer da sentença condenatória, com intuito de aumentar a pena aplicada a Ary Garcez.

No entanto, segundo a promotora Josiane Negretto, o Ministério Público vai recorrer da sentença condenatória, com intuito de aumentar a pena aplicada a Ary Garcez, pedindo, inclusive, a imediata execução provisória da pena imposta ao sentenciado.

Três tiros que aniquilaram duas famílias e uma cidade.

Ao dar três tiros pelas costas, um no tórax, um no braço esquerdo e um de confirmação de morte, na cabeça de Divaldo Wlliam Rinco,segundo laudo da perícia técnica , Ary da Abadia Garcêz não matou apenas um líder político respeitado e amado pela população de Alto Paraíso de Goiás e região, matou um pai de família amoroso, um filho extremoso no carinho com os pais, um cidadão sempre pronto a ajudar o próximo, criado dentro dos preceitos da doutrina espírita. Ary da Abadia aniquilou a família de Divaldo ao lhe tirar um ser que era alicerce e esteio.

Ary da Abadia aniquilou também sua própria família, ao ter que viver foragido, depois preso e agora condenado. Com o desatino, apagou a carreira política de seu filho, que se vislumbrava brilhante, já fora eleito vereador e se mostrava atuante junto a comunidade, com seu nome cogitado inclusive para a sucessão do próprio Divaldo Rinco.

Ary da Abadia matou também a esperança de toda a população de Alto Paraíso de Goiás, que depositava a confiança de que Divaldo seria em breve um deputado estadual, para lhes representar na assembleia legislativa goiana, e isso já estava sendo tratado entre ele e pessoas do alto escalão político de Goiás.

Como disse dona Romilda, não restou nos familiares e na grande maioria da comunidade o sentimento de vingança, mas o desejo de que a justiça terrena fosse feita, porque a justiça celeste a Deus pertence. A prisão da consciência, com certeza, já encarcera o espírito de Ary da Abadia, a grave doença que lhe aflige o corpo é reflexo de seus tormentos.

Artigo publicado uma semana após o crime

Divaldo Rinco, uma estrela sobre o céu da Chapada dos Veadeiros

Roberto Naborfazan

Sete dias se passaram após o Nordeste Goiano, principalmente Alto Paraíso e toda a Chapada dos Veadeiros, amanhecer em prantos de dor pela morte de uma de suas mais expressivas lideranças. Há uma semana morria Divaldo William Rinco.

Seu retorno para a vida espiritual se deu de forma violenta, pelas mãos de um espírito fraco, corroído pelo rancor e alimentado pelo ódio de um grupo de agentes do mal.

Divaldo Rinco não era santo, era humano, com defeitos e virtudes. Mas Divaldo tinha a consciência de sua missão pelo desenvolvimento da região Nordeste e, em particular, de Alto Paraíso. Tentou evitar a busca pelo terceiro mandato como prefeito, mas os anseios de sua gente o convenceram a deixar, novamente, seus empreendimentos rurais e voltou a governar sua terra para o bem de sua comunidade. Voltou de forma legítima, pelos votos depositados nas urnas, e isso despertou a ira dos insanos, que, dissimulados pelas trevas, agiam em todas as esferas, incentivados e incentivando atos e ações de extrema negatividade.

Divaldo Rinco, atingido mortalmente pelo pelo radicalismo político.

Natália, uma das amadas filhas de Divaldo, me enviou texto feito por uma amiga, que cita a Ressonância Mórfica: A Teoria do Centésimo Macaco, um trecho assim diz  ‘’…São todos igualmente insanos, tanto aquele que pratica o crime quanto aquele que esbraveja palavrões de indignação por horas, criando comoção e levantando a energia que se materializará nas mãos daquele que está com a arma já engatilhada…’’,  ou seja, tanto esbravejaram que, como o centésimo macaco lavando a areia de sua batata, conseguiram disseminar o sentimento do ódio extremo.

A Rede Globo, em um de seus jornais matinais, noticiou que Divaldo foi assassinado após falar mal de um vereador em entrevista na Rádio Comunitária local. Passou informação equivocada.

Divaldo utilizou a Rádio Comunitária Paraíso FM como instrumento da maneira mais abrangente do termo democracia; ali, cotidianamente, o prefeito dava transparência aos atos administrativos de forma direta, cara a cara com a população, dando explicações sinceras e sem meias verdades sobre o que estava sendo feito, o que ainda não dava para ser feito e os caminhos que estavam sendo utilizados para conquistar melhorias. Na quinta-feira (02), dia em que foi assassinado, realmente ele deu uma longa entrevista através de um link instalado na sede da prefeitura. Do estúdio, um ex-correligionário, usando seu linguajar peculiar, cobrou melhorias de forma áspera, e criticou alguns deputados apoiados pelo prefeito Divaldo, que, como sempre fazia, ouviu do outro lado da linha sem interromper, respondendo em seguida, entre outras coisas, que a população, ao invés de criticar os deputados que trazem benefícios, deveria se precaver com deputados que só aparecem em época de eleições para comprar votos. Nesse ponto, Divaldo cita um candidato à reeleição para a Assembleia, não pelo seu nome, mas sim por um cargo que ele já ocupara. Nenhum nome foi citado. Nenhuma ofensa direta que pudesse acender a chama de tamanha ira. Uma cópia dessa entrevista já está nas mãos da polícia e outras estão guardadas em cidades diferentes, com pessoas diferentes, para que não se extraviem. Que fique bem claro o que pensa a população de Alto Paraíso: o assassinato de Divaldo não tem nada a ver com a campanha 2010 e sim com rancores e ódio de uma vida toda, fomentados desde as eleições de 2008.

Exemplo de amor e de conhecimento dos ensinamentos do Cristo, Dona Romilda, mãe de Divaldo, deu uma entrevista à Rádio Paraíso, logo pela manhã do dia 03, e suas palavras foram de muita luz. “Minha gente amada, não acenda sentimentos de vingança, de ódio ou qualquer sentimento negativo, orem por meu filho e também por seu algoz, meu filho não gostaria de ver nossa cidade coberta pelas nuvens do ressentimento, ele está bem”.

Seguimos sua orientação amorosa, Dona Romilda, mas não podemos deixar de exigir a punição do assassino, na forma da lei humana, visto que a punição através da consciência do assassino, se ainda não começou, com certeza o atormentará por esta e outras vidas, até que se arrependa e purgue o mal que causou à família de Divaldo, à sua própria e a toda comunidade.

É de estranhar que um homem de bem como o governador Alcides Rodrigues não tenha se manifestado sobre o caso, mesmo com uma nota de pesar. É de se estranhar que a competente secretária de Segurança Pública, Drª Renata Cheim, ainda não tenha se posicionado, dando satisfação de como andam as investigações desse crime que abalou o Nordeste Goiano e todo o Estado de Goiás, com repercussão nacional. Uma semana e nada foi dito, com clareza, para a sociedade. Um pai de família, um cidadão honrado, um trabalhador pelo bem de Goiás foi morto, não se permite a omissão das autoridades.

Alto Paraíso ainda carrega a cicatriz da perda de um de seus maiores benfeitores, Ary Ribeiro Valadão Filho, exatamente no momento em que ele buscava acelerar o desenvolvimento da região. Arizinho amava Alto Paraíso e a comunidade local o adorava. Divaldo deixa nosso convívio no exato momento em que acelerava ações para o progresso de Alto Paraíso. Os dois, com certeza, estão em paz no mundo superior, nós, que aqui ficamos, não podemos deixar apagar suas ideias e seus ideais.

Ary Filho e Divaldo Rinco são estrelas que jamais se apagarão nos céus da Chapada dos Veadeiros.

Alto Paraíso de Goiás 10/09/2010

 

 

 

 

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2 comentários em “CRIME e CASTIGO – Condenado assassino do prefeito de Alto Paraíso de Goiás.

  • 14 de julho de 2017 em 23:00
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    Ótimo saber, que cz em quando se faz justiça nesse país

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  • 15 de julho de 2017 em 19:30
    Permalink

    Até que fim a justiça foi feita
    Gratidão a Deus.
    Cancados de esperar uma resposta.

    Resposta

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